Potencial da Correspondência Numérica das Transformer Networks

Recentemente, surgiu um debate interessante sobre a capacidade das redes neurais transformers de lidarem com tarefas aritméticas, especialmente com grandes números. É fascinante ver como uma mudança simples na maneira como números são representados pode impactar significativamente o desempenho desses modelos. Naturalmente, isso levanta a questão da necessidade contínua de inovação e ajuste fino nas arquiteturas de aprendizado de máquina.

Um dos problemas fundamentais parece ser a maneira subótima como os números são tokenizados em transformers. Isso foi destacado quando diversos comentários apontaram que os grandes modelos de linguagem (LLMs) simplesmente não conseguem lidar eficientemente com operações aritméticas devido à tokenização inadequada. Por exemplo, números são muitas vezes divididos em várias partes, o que pode confundir o modelo. Pense no número 123,456, que pode ser decomposto em ‘123’, ‘456’, ou até em caracteres individuais. Essa fragmentação obscurece a posição real dos dígitos, dificultando a compreensão das operações.

O estudo recente propõe uma solução engenhosa: usar ’embeddings’ específicos para indicar a posição dos dígitos, essencialmente codificando as colunas numéricas diretamente na representação dos dados. Isso é como dar uma ‘superpotência’ ao modelo, permitindo-lhe entender que o primeiro dígito representa unidades, o segundo dezenas, e assim por diante. No entanto, como foi apontado, isso não significa verdadeiramente que o modelo ‘entenda’ a aritmética da mesma forma que os humanos, mas sim que ele se ajusta melhor com base em padrões explícitos fornecidos pela codificação.

image

Essa abordagem levanta debates interessantes sobre o verdadeiro significado de ‘entendimento’ em IA. Um comentarista destacou que a verdadeira inteligência não é apenas ajustar-se aos padrões fornecidos, mas sim desenvolver modelos internos e raciocinar sobre eles de forma independente. Eles argumentam que, para alcançar uma verdadeira inteligência artificial geral (AGI), os modelos precisam ser capazes de construir e usar suas próprias representações abstratas sem a necessidade de ajustes tão específicos. Isso faz lembrar o antigo debate entre engenharia de software e pesquisa científica: devemos continuar incrementalmente ajustando nosso modelo atual ou precisamos de um novo paradigma?

Outro ponto de discussão relevante é a ideia de que, enquanto transformers são eficazes na manipulação de grandes volumes de dados e fazem uso de padrões em larga escala, eles ainda têm limitações claras quando se trata de realizar cálculos precisos. Isso remete à crescente necessidade de combinar diferentes abordagens. Por exemplo, há propostas de integrar computadores aritméticos dedicados (‘ALU blocks’) diretamente nas redes neurais, permitindo que as operações matemáticas sejam realizadas com precisão por suas partes especializadas, enquanto o modelo maior lida com o contexto e raciocínio mais geral.

Em última análise, a integração de técnicas especializadas em embeddings pode ser uma parte importante da evolução dos transformers, mas devemos sempre nos lembrar do objetivo maior: desenvolver sistemas que não apenas compitam com crianças humanas em tarefas específicas, mas que verdadeiramente entendam e inovem de maneiras que ainda não podemos prever.


Comments

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *